domingo, 11 de dezembro de 2011

Serra Nevada

Esta subida a 3482m de altitude, pico Mulhacen na serra Nevada, era um objectivo há muito pensado, mas ainda não realizado por falta de oportunidade. Havia um receio... por ser inverno e haver neve a partir dos 2000m, tinhamos que começar em Capileira ou seja a cerca de 1500m de altitude, em direção ao refúgio Poqueira situado na vertente sul da serra Nevada a 2500m ou seja antes de começarmos a pensar em subir ao Mulhacen tinhamos que vencer 1000 de desnível. Mas por estranho que pareça, o facto de fazermos esta aproximação num dia deu-nos mais preparação para o dia seguinte subirmos ao pico mais alto da peninsula Ibérica. Quando chegámos ao refúgio Poqueira sentímos o conforto da lareira a crepitar e um ambiente descontraído, onde tudo se paga...menos as pipocas, mas há de tudo. Depois de fazermos o check-in e pedirmos umas bebidas quentes fomos brindados por uma terrina de pipocas, cujo objectivo eventualmente seria consumirmos mais alguma bebida, mas que, este gesto, não deixou de ser simpático. A partir do anoitecer o salão encheu e era uma alegria ver todos aqueles montanheiros a contarem as suas aventuras, ali e noutras paragens, esperando o jantar que tardava. Acordámos ás sete para partirmos ás oito... estava frio mas logo que começámos a subir o calor não só nos confortou, mas obrigou-nos a abrir casacos. Quando estávamos a 3000 metros e vi quase no cume uns pontos em movimento no meio da neve... pensei que eu tambem poderia chegar lá. E assim foi com esse espírito de conquista lá fomos subindo e á medida que nos aproximávamos do cume mais penoso era subir por causa da altitude, mas passo a passo, respirando e parando de quando em quando, chegámos ao cume "3482m" de puro emoção e prazer. Na volta viemos por um caminho mais rápido, mas o desnível foi o mesmo até ao refúgio "1000m". E como não tínhamos refúgio marcado, fizémos mais 1000m até Capileira. Foi na verdade o percurso mais difícil, com maior desnível, em menos tempo e com maior altitude.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Os Alpes

Saímos do refúgio eram umas seis e meia da manhã, ainda estava escuro mas a neve reflectia a luz do sol ainda escondido. Estava um pouco agitado, com vontade de conhecer aquela subida que nunca tinha feito de 2886 metros de altitude, mas confiante e bem disposto por ter esta oportunidade. De inicio a subida, embora ingreme, parecia fácil e comecei logo a motivar-me que se tudo fosse assim iria conseguir. Quando chegámos a cerca de 2300 metros de altitude comecei a sentir cansaço e tinha que parar de quando em quando para acalmar a respiração. Tambem tinha tonturas... e aí pensei que afinal podia não conseguir. Mas o que estava combinado era ir até onde nos sentíssemos bem. E assim fui subindo até entrar num de trilho com pequenas subidas e descidas... e aí estabilizei e comecei a ganhar confiança de novo, apesar dum montanheiro todo equipado estar a regressar do refúgio e á nossa pergunta de como era o resto do caminho nos ter dito que dá a uma hora mais ou menos iriamos encontrar a parte mais dificil. Encontrámos sim uma parte em que tinhamos de fazer uma espécie de trepada em rocha que para nós até era mais interessante do que só caminhar por caminhar. Ultrapassada essa zona ficámos com a convicção que já não voltaríamos para trás sem cumprir o nosso objectivo... La cabanne du grand Mountet. Quando atingi essa altitude e vi os glaciares mesmo ali á minha frente senti uma emoção enorme por estar ali... parecia que voava... embora estivesse cercado só de rocha e neve sentia-me pleno fazendo parte da natureza.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

escalar

Ando há algum tempo para publicar aqui, as fotos e os comentários correspondentes, mas o sistema não tem permitido.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Escalar




Há aspectos importantes na escalada que me motivam e não é só por fazer uma actividade radical própria de gente nova!!! é essencialmente por ser um desafio constante á nossa resistência... á nossa capacidade de auto controle...tambem é importante onde se efectua...a paisagem, o silêncio e muita energia que só se encontra na natureza... depois existe o grupo com quem se está a escalar uns com mais capacidades outros com menos mas sempre com vontade que haja sucesso nas subidas. No fim quem quiser ver um grupo animado contando como subiram aquela via...que só tinha presas ruins...que era muito técnica. E tantas outras histórias entre dois copos...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Serra de S. Luis na Arrábida

Hoje combinei com o Jorge e vamos equipar uma via na serra de S.luis. Há por ali três massiços de pedra verticais, com aspecto de poderem ser escalados. São montanhas relativamente baixas (400 metros) mas com uma vista espectacular para o lado do mar. Montanha verde com uns massiços cinzentos de pedra calcária.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

As medidas do gostar


Gosto mais de ti do que futebol... do que escalar...subir a montanha...
Ela respondeu que lhe bastava que eu gostasse com paixão... que não precisava de abdicar de nada daquilo que gosto,porque se eu deixasse de gostar dos pastéis de bacalhau da tasca do zé maria ou da minha massa "fusilis" al dente temperada com queijo parmegiano ou ainda do bacalhau abafado em azeite e alho... não seria eu.
Porque seria que nenhum dos vinhos que abri lhe sabiam bem? Mas a lareira estava a crepitar, a mesa posta mesmo em frente da lareira e o coração parecia que queria saltar de contentamento... mas mesmo assim nada estava perfeito. Há momentos assim em que por mais que queiramos a lareira não é suficiente para aquecer um coração distante.

quarta-feira, 9 de março de 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Outras imagens




Outras imagens...

Quando viajo, levo sempre o essencial... despojo-me do supérfulo... entrego-me á natureza... adoro-a como se fosse uma pessoa muito chegada, que constantemente me abraça... me protege... me dá vida. E assim sinto-me tão próximo que me emociono só de pensar que eu pertenço a tudo isto e tudo isto me pertence... este ar que respiro... esta paisagem que comtemplo... este horizonte desenhado pelos picos mais altos pintados de branco... aquele vale verde...aquela cascata que brilha ao sol de prata.
Deixo-me levar pela minha respiração... até encontrar o prazer deste simples gesto que se espraia na areia e volta para engrossar a onda. O sol agride-me de intensidade de luz... de calor... não me deixando sentir o prazer de estar simplesmente ali...

parede de escalada num armazém

A ideia começou a tomar forma quando iniciámos os treinos no boulder area em Odivelas. Duas vezes por semana e tinhamos que percorrer cerca de oitenta Kms.
É muito Km... muito tempo gasto... muito dinheiro em gasóleo e portagens, mas fomos fazendo porque não tinhamos alternativa.
Neste momento já temos uma estrutura em madeira (contraplacado marítimo) com 2,52X3,66 e com uma inclinação negativa de cerca de 10º. Estamos a terminar duas estruturas com 2,52X1,83 e estas vão ser afináveis segundo o grau de dificuldade que quisermos.
Na verdade estes treinos são essenciais para que tenhamos confiança e força quando formos para as paredes de rocha.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Uma dor num ombro




Uma dor num ombro não me impedia de escalar, mas reduzia-me a confiança quando estava na parede. E mesmo nos momentos de convívio evitava falar sobre o assunto porque me fazia pensar na minha falta de resistência.
Fiquei surpreendido com o comentário da Kimie, quando me disse... que aquela dor era a dor típica dos escaladores... Bom, eu que pensava que era uma fraqueza da minha parte... afinal fui promovido a "escalador". Obrigado Kimie.